Quando aprendemos a falar (e a compreender) uma língua, utilizamos uma grande região do cérebro cheia de neurônios especializados em ouvir e reconhecer os sons falados e outros que procuram saber o que esses sons querem dizer (como se fossem uma espécie de dicionário). Aí, a pessoa pode guardar na memória, só pensando, ou então falar alguma coisa em resposta ao som que ouviu: um comentário curto, uma resposta comprida ou um palavrão (epa!). Só os seres humanos conseguem isso – os outros animais não. E mais: para isso, só usamos a metade esquerda do cérebro!
Você deve estar pensando: o que é que a outra metade faz? Bem, a parte direita do cérebro participa da linguagem também, através de neurônios que controlam a mímica. É como naquela brincadeira na qual temos que adivinhar uma palavra ou o título de um filme só fazendo gestos. Da mesma forma, sempre que a gente fala, o rosto faz mímica junto, expressando as emoções correspondentes ao assunto: alegria, tristeza, raiva e assim por diante. E as mãos e braços participam também, gesticulando. São os neurônios do lado direito do cérebro que comandam a mímica, sempre conversando com os do lado esquerdo para sair tudo certo. Se não fosse assim, a pessoa poderia rir quando tirasse uma nota ruim na escola e chorar quando ganhasse um presente de Natal. É mole?
As áreas coloridas que aparecem na imagem acima são as regiões do cérebro que ficam ativas quando uma pessoa ouve, fala, lê, ou simplesmente imagina palavras. Em cada uma delas há milhões de neurônios trabalhando – comunicando-se uns com os outros – para que a pessoa ouça ou leia (e compreenda o que ouviu ou leu), fale com clareza ou imagine as palavras para o pensamento correr solto.
Por: Roberto Lent, Professor do Instituto de Ciências Biomédicas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ
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