Moral da história: Esquecer é preciso
Entenda por que é importante que nossos neurônios não se lembrem de tudo !
Sabe este senhor aí ao lado? É um importante escritor argentino chamado Jorge Luis Borges, falecido há alguns anos. Borges criou um personagem chamado Funes, que não sabia esquecer. Ele lembrava-se de tudo! De todas as folhas de todas as árvores de todas as montanhas do seu lugar natal. Já imaginou?
Há pessoas assim na vida real. Mas não pense que é uma vantagem. Geralmente essas pessoas têm deficiências mentais em outras tarefas, como o raciocínio, ou deficiências de outra natureza, como nos movimentos do corpo, que muitas vezes são executados de forma errada. E mais: sem o esquecimento, a memória deles fica tão sobrecarregada que eles não conseguem mais saber o que é importante e o que não é. Aí se atrapalham muito no raciocínio, na fala, na relação com outras pessoas...
A natureza é sábia. Deu-nos um grande número de neurônios, mas não é um número infinito. Se todos eles – ou a grande maioria – se dedicarem a lembrar de tudo que nos acontece, não haverá quem se encarregue das outras funções: brincar, rir, chorar, falar, movimentar-se, estudar...
Por: Roberto Lent (rlent@anato.ufrj.br), Professor do Instituto de Ciências Biomédicas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
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